Mossad explodiu pagers do Hezbollah? Entenda a operação

Milhares de dispositivos foram detonados em várias regiões do Líbano, causando a morte de várias pessoas.

Em uma operação altamente sofisticada e sem precedentes, o Mossad, a agência de inteligência israelense, conseguiu infiltrar explosivos em cerca de 5.000 pagers importados pelo Hezbollah, meses antes de detoná-los em massa em 17 de setembro. O ataque, que deixou nove mortos e cerca de 3.000 feridos, incluindo combatentes do Hezbollah e o enviado do Irã a Beirute, chocou o grupo apoiado pelo Irã, que enfrenta sua "maior violação de segurança" em décadas.

Os dispositivos, que deveriam facilitar a comunicação do Hezbollah, foram transformados em armas letais. Segundo uma fonte de segurança libanesa, os pagers foram fabricados pela BAC, uma empresa licenciada para usar a marca Gold Apollo, sediada em Taiwan. No entanto, a Gold Apollo afirmou que não produziu os pagers diretamente, indicando que outra empresa europeia estava envolvida.

O Hezbollah, que já enfrenta o impacto de sua luta contínua contra Israel, prometeu vingança severa pela operação. Em resposta ao ataque, o grupo anunciou que suas ações de apoio à resistência palestina em Gaza continuarão inabaladas, mas alertou que Israel deve se preparar para represálias severas pelo "massacre" que abalou o Líbano.

O episódio levantou questões sobre a vulnerabilidade do Hezbollah, com analistas como Jonathan Panikoff, ex-vice-diretor de inteligência dos EUA, apontando que essa é, sem dúvida, uma das maiores falhas de contrainteligência do grupo em décadas. Enquanto isso, Israel mantém silêncio sobre o ocorrido, mas o impacto dessa ação reverbera em todo o Oriente Médio.